A pesquisa de César Zucco e David Samuels e Fernando Mello aponta que o ressentimento social contra mulheres, negros e pobres, está ligado à sensação de que o seu grupo perdeu status social, e os dois podem prever o antipetismo. Agora todo mundo que tirou sarro da Marilena Chauí tem que fazer mea culpa.

Tem dois insignts muito interessantes na pesquisa:

  1. Ao contrário de outros países, no Brasil o contrário também é verdade. A pessoa ter baixo ressentimento e perceber que seu grupo ganhou status prevê petismo.
  2. Quanto ao status social, petistas, acham que todo mundo ganhou, antipetistas, acham que todo mundo, menos MST e LGBT. (Figura) Minha intuição é que antipetistas tem uma mentalidade de soma-zero enquanto petistas tem uma mentalidade ganha-ganha.

Artigo; https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-psicologia-afeta-concretamente-a-politica/

Pesquisa completa: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=4727821

Poscast com entrevista sobre o tema: https://omny.fm/shows/an-lise-da-not-cia/lula-ou-bolsonaro-quem-influencia-elei-es-municipa

  • driving_crooner@lemmy.eco.br
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    8 months ago

    A rede de fake news do antipetismo fica falando pra o pessoal que o mundo esta ruim e que a única solução é bater em minoria. Por isso eles acham que todo tá ruim.

    • Cochise@lemmy.eco.brOP
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      8 months ago

      Não nego que isso ocorra, mas outra coisa bem interessante que estive vendo há pouco tempo é o Vicente Valentim, um pesquisador português que tem a teoria que a ascensão da extrema direita é, principalmente, que havia uma demanda reprimida por políticos preconceituosos, que não era atendida porque nenhum polítoco competente falava para esse público, já que essa posição era renegada pela sociedade.

      Acontece que a TV, na sua busca por audiência começou a normalizar essas posições, ao dar espaço para eles, tratando crimes como apenas polêmicas. As redes sociais em seguida se tornaram lugares onde essas pessoas perceberam que não estavam sozinhas em seus preconceitos, e, por fim, aparece um político competitivo que defende essas posições. Após esse político ganhar respaldo popular, via voto, a extrema direita termina seu processo de normalização, e suas posições passam a ser tratadas como normais pela mídia e pelo stablishment político, que adota esse discurso em busca desses votos. Esse é basicamente o processo do Bolsonaro, do CQC e Luciana Gimenez até o bolsonarismo como campo político respeitado no Brasil.

      Entrevista com o mesmo: https://omny.fm/shows/perguntar-n-o-ofende/vicente-valentim-como-se-normaliza-a-direita-radic

      Descrição do livro em pré-venda: https://www.vicentevalentim.com/book-project

      • El Buga@lemmy.eco.br
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        8 months ago

        A extrema-direita só existe por causa da falta de regulação das mídias.

        Quando todos se tornarem responsáveis por tudo o que falam e fazem online, essa putaria acaba rapidinho.

  • nossaquesapao@lemmy.eco.br
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    8 months ago

    Parece um estudo muito interessante. Obrigado por compartilhar. Salvei aqui pra ler depois, porque esse não merece uma lida rápida. Você poderia explicar um pouco melhor esse gráfico? O que o eixo x representa?

    • Cochise@lemmy.eco.brOP
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      8 months ago

      O eixo x é a percepção de ganho ou perda de status. A linha vermelha vertical marca o 0, que não se ganhou nem perdeu. Então, pessoas que se identificaram como antipetistas acham que todo mundo perdeu status, menos o MST e os LGBT, enquanto petistas acham que todo mundo ganhou status, com alguns ganhando mais que outros.