Acreditamos que o amor é um sentimento. Quando conhecemos alguém, somos tomados pela emoção. Sentimo-nos tão bem com essa pessoa que é como se todo o resto desaparecesse.
A maioria de nós carrega uma voz interna que diz que não somos bons o suficiente. Um relacionamento romântico pode ser o escapismo e a aprovação que nos diz que finalmente somos dignos. Então começamos a projetar um papel de fantasia em nosso parceiro.
Um papel de fantasia diz que meu parceiro deve:
- sempre me fazer feliz.
- amar-me da maneira que um pai não poderia amar.
- atender às minhas necessidades infantis não satisfeitas.
- ler ou “simplesmente saber” o que eu preciso.
- mudar partes de si mesmo de que não gosto.
- nunca me fazer sentir inseguro.
- não ativar minhas feridas emocionais.
Quando eles não cumprem esse papel que criamos, não nos sentimos mais “bem”. Não fomos “resgatados” de nossas inseguranças, medos e traumas. Continuamos sendo a mesma pessoa, com as mesmas feridas internas e a mesma voz crítica. Isso gera um sentimento de raiva. A mesma raiva que muitos de nós sentimos quando crianças.
Na raiva, tentamos controlar nosso parceiro. Tentamos mudá-lo, envergonhá-lo ou forçá-lo a se tornar quem acreditamos que ele deva ser. Nada disso é malicioso. É uma tentativa de satisfazer nossas necessidades. Afinal de contas, o amor e a segurança de que precisamos estão dentro do parceiro.
Nosso parceiro reage a isso ficando na defensiva ou se fechando. Ele não quer a pressão do papel de fantasia. Nenhum ser humano consegue atender a essas expectativas, e o relacionamento sofre. Por fim, há desconexão e ressentimento. Esperávamos que essa pessoa fosse nosso salvador. Ela consertaria as partes quebradas de nós. Ela removeria os sentimentos negativos que temos e os pensamentos de indignidade. Nossa fantasia foi destruída. Não aprendemos a lidar com nossa vergonha, nosso trauma e nosso abandono passado. Não aprendemos a gerenciar nossos próprios gatilhos. Ou como lidar com a decepção. Não aprendemos que o amor romântico jamais nos curará ou nos livrará de nossas inseguranças.
De fato, o amor romântico aumentará as inseguranças. Ele criará emoções conflitantes. Ele trará à tona todas as nossas vulnerabilidades e medos. Um parceiro não foi feito para nos fazer felizes ou nos salvar. O objetivo de um parceiro é nos revelar. Ele está aqui para nos mostrar o que precisamos para nos curar, como podemos crescer e que tudo o que queremos em outra pessoa já está dentro de nós. Nosso parceiro é um companheiro na jornada da vida.
Um relacionamento é um lugar onde revelamos nosso verdadeiro eu. As feridas, os medos, as inseguranças profundas. Um lugar onde aprendemos a aceitar a nós mesmos e a outra pessoa. Um lugar em que nos comprometemos com a prática de amar alguém, mesmo quando não nos sentimos bem.
—> Texto da Dr. Nicole LePera, e de seu livro que está para lancar: https://howtobetheloveyouseek.com/ <----
No que você basea esse argumento, da autora usar uma falacia logica? Qual teoria na psicologia voce esta baseado sua oposicao ao que Nicole LePera apresenta no texto? A minha pergunta não é um questionamento ao que vice está acusando, mas sim eu quero conhecer teorias que questiona e opõem o que o texto apresenta.
A única coisa que importa é que os termos que ela usa, jargões, e argumentos são com bases no conhecimento acadêmico. Se a prática dela inclui meditação e isso é demasiado esotérico para algumas pessoas, ou se ela acredita em alma, Deus, etc, tido isso é irrelevante desde que o texto em questão, do qual está sendo questionado por você, tem base investigativa acadêmica e é aceito na área profissional da psicologia.
E sim, o texto funila para tratar um caso específico e para chegar à uma conclusão específica, que é exatamente o assunto e logo o propósito do texto. E o próprio texto deixa isso claro na introducao, que ele não está falando que todo amor, ou todo relacionamento, se resume no que o ele está abordado:
Editado 1:
Eu acompanho a autora no Twitter já fazem 3 anos. Ela é profissional psicológica registrada, atuante, reconhecida. E como todo profissional ela não é perfeita. Ela acredita que o nosso estado mental é poder de cura de traumas depende somente de nós e todos têm o poder de controlar seu estado mental. E isso é totalmente falso no meu entendimento. Mas o que ela explica nesse texto em questão não está errado até onde eu sei.
Editado 2:
No mais. Você conhece Otto Rank? Ele não é esotérico, religioso, nem nada é ele escreveu um livro chamado “Psychology and Soul”. O que ele chama de alma no título não tem nada a ver com “espirito” ou religiosidade. É um livro bem interessante de pesquisa psicológica, antropológica, neurológica e filosófica. Ele foi Braço direito de Freud e uma das pessoas mais respeitadas na psicologia de sua época, mas ele se disconciliou de Freud. Ele foi o primeiro “Anti-Oedipo” e questionar muitos dos problemas da psicologia e principalmente psicanálise.
Não sei se ficou explícito em meu comentário anterior, mas quando falei que entendi o “pode ser” como outros escapismos, e não parte dos relacionamentos românticos, fez com que, se criasse a narrativa de causa consequência, e a partir daí, pontuei a falácia lógica.
Posso ter sido enviesado pelas minhas discussões passadas (que sujeito não é afetado pelo objeto que o faz refletir, não é mesmo?), pois já discuti bastante com uma amiga que defende arduamente os relacionamentos poligâmicos como a solução infalível para o amor romântico, e ao ler o texto, a voz que lia na minha cabeça era até a voz da dita cuja, tamanha a similaridade de argumentação, mas o engano que cometi com o funil da autora não é engano com minha amiga, é exatamente o que ela enche a boca para dizer… Aqui tenho que pontuar que sou psicologicamente incapaz de acreditar que alguém poligâmico tenha uma relação romântica com mais de uma pessoa, isso simplesmente não entra na minha cabeça, então simplifiquei o amor romântico ao monogâmico, pois essa construção social, na minha visão, deriva da mesma sociedade ocidental “moderna” que se estruturou na monogamia…
Não conheço a fundo, mas já ouvi esse nome de supetão, irei pesquisar sobre…
E no título, normalmente até espera-se algum sensacionalismo/metáfora sobre (sempre lembro da partícula de deus ou do núcleo de demônio, no meio científico e as metáforas usadas para chamar atenção), então no título do livro eu não entenderia mal… O problema que causou meu questionamento com a autora usar como título (no sentido de diploma) algo que quando pesquisei, julguei esotérico…
Sendo assim, só houve a infeliz coincidência do uso (que deveria ser correto e usual, que eu erroneamente ataquei) para o título dela ter sido mau interpretado pela similaridade que o meio usa o mesmo termo para propagar coisas esotéricas (e isso deveria ser, no mínimo, questionado)… Um problema desse afunilamento é que esse “pode ser” foi interpretado por você como: parte dos relacionamentos são assim, outra parte não… E quando eu li, sem conhecer por tanto tempo a autora, deu-me a entender que “existem outros escapismos, mas aqui falarei sobre os que usam o escapismo em relacionamentos românticos” e com isso, entendi que o que ela estava definindo sobre relacionamentos românticos não era sobre a maioria deles e sim sobre um conceito absoluto que ela estava tentando forçar guela abaixo…
Com isso, posso finalmente compreender o mal entendido, e falar que: sim, como você mencionou, eu de fato concordo com a visão dela, agora que minhas ressalvas foram esclarescidas; e quando comecei a ler o texto, continuei lendo pois ele me levantou os seguintes pensamentos logo no início: “ela vai falar que comunicação é a resposta, o O QUE da questão, mas ela vai conseguir abordar o COMO fazer isso?”… Eu entendo que muitos de nós saibamos qual é o problema, mas também somos limitados e até mesmo fadigados de tentar uma perspectiva nossa, tanto que nos fechamos para novas tentativas e gostaríamos de uma resposta mágica alheia, sendo assim, eu lhe pergunto, o trabalho dela e a área, tem algo concreto nesse sentido?
Por último… Começamos com o pé esquerdo (ou uma voadora inteira haha) mas acredito que os panos quentes se esfriaram, e se possível, gostaria de aprofundar a discussão dando um reset nesse atrito, portanto deixo aqui uma desculpa antecipada pela minha aspericidade. A tela fria ao toque às vezes me torna apático para lembrar que essa tela 2D é uma forma limitada de comunicação para ambos os lados… Eu poderia ter tentado me expressar melhor, mas minha espontaneidade já foi tão minada pelas convenções sociais que não considero saudável me castrar socialmente mais que isso
Infelizmente sou um humano, e por isso limitado em alguns fatores e hoje falhei em “controlar minha carne”
Eu não sei se ela “vai conseguir” abordar como fazer isso. Mas essa questão da comunicação é basicamente o método usados por psicólogos que tratam problemas de relacionamentos de casais, que é o caso dela. Como psicóloga ela é uma intermediadora, ajudando o paciente a entender primeiro seus sentimentos, para melhor lhe dar com ele, e entender os sentimentos da outra pessoa, para também melhor lhe dar com ele. E de forma geral, a comunicação é o que ajuda a nos fazer entender o que um e o outro está sentido, e ate mesmo nos ajuda a entender o que sentimos quando comunicamos a alguém. O que não quer dizer que sempre de certo.
Eu não sei se você vou um dos meus edits na minha resposta anterior. Mas lá eu disse que tem coisas/teorias, que ela diz que eu sou totalmente contra. Eu não sei como são as terapias dela. Eu apenas sigo ela no Twitter e vejo que em geral, o que ela diz tem bases acadêmicas. O que não quer dizer que tudo que tenha base acadêmica seja verdade ou correto. A questão é qual é a filosofia, tendência, vertente da área do conhecimento (no caso da psicologia) você acredita mais mais na interpretação usada. Pq todo estado cientifico e seu resultado, ou bases concretas, passa antes de mais nada pela interpretação de quem faz o estudo e de quem lê o estudo, que sempre vai ter algum tipo de viés.
Mudando um pouco o assunto, obrigado por pedir desculpas. De minha parte tá tudo tranquilo entre nós. Como você disse, somos humanos.
Vi sim os edits, mas é o que falei, estamos tão fadigados que temos esperança (ou seria desespero?) em existir uma resposta factível e direta, “mágica”…
É como eu disse antes. Esse é o risco que toda ciência corre, já que todo resultado científico passa pela interpretação do cientista/leitor do estudo.
A questão é em achar, se já tiver, pesquisas que confirmem que X foi “uma interpretação enviesada”.
É por isso que antes eu perguntei se você já tem conhecimento de algum estudo do tipo.