Acabo de ler “Poemas místicos ― Divan de Shams de Tabriz” de Jalal ud-Din Rumi. A apresentação do livro no site da editora, a Attar, é a seguinte:

uma pequena seleção de 79 poemas, é uma obra monumental com mais de cinco mil poe mas, composta como uma celebração do encontro de Rumi com seu amigo e mestre Shams ud-Din de Tabriz. A beleza e a força desses poemas refletem a intensidade da experiência místico amorosa partilhada por esses dois mestres.

A introdução é uma biografia muito rica a respeito do autor, mas que poderia ficar ao fim, junto das notas. Essas, que são de suma importância para uma fruição da obra, foram postas de escanteio. Aí o índice, que poderia anunciá-las, é compacto demais e não enfatiza o seu lugar.

Em resumo: você corre o risco de passar toda a leitura sem ter conhecimento de que aqueles poemas um pouco hermético têm explicações ao fim!

Fora a parte de design, entrando para a de tradução, creio que o tradutor, José Jorge de Carvalho, foi feliz no trabalho para o qual se propôs: apresentar o esquema de imagens e símbolos do poeta persa medieval com uma linguagem flúida, típica das homilias.

Como é de se esperar em uma tradução de poesia oriental para uma língua ocidental, Carvalho não se arriscou em transcriar os esquemas rítmicos e de rima da poesia persa que, oriental que é, tem uma forte natureza oral e musical.

Doação de uma amiga, eu não esperava por nada em absoluto dessa leitura. Muita vez eu relia esses poemas quase como mantras e orações. A partir desse texto de uma fineza espiritual, passei a valorizar melhor o silêncio como meio de comunicação e refleti sobre a relação entre corpo e mente. Vale a leitura!

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