Para contexto, tenho família chilena no lado materno (sou parte da primeira geração brasileira na família materna).
Resolvemos fazer um almoço chileno para minha avó. Vamos finalizar amanhã, mas queríamos adiantar o máximo possível hoje, para não sujar tanto a cozinha dela (e também não ficar tanto tempo na cozinha e enfim).
Na foto, no lado esquerdo, tem a salsa de chancaca, que é um molho a base de rapadura, casca de laranja, cravos e canela. Vamos usar para acompanhar sopaipillas, que são panquecas de abóbora fritas ou assadas. Essas panquecas podem ser comidas com pebre, vinagrete chileno, como salgado, ou com salsa de chancaca, como doce (são chamadas de sopaipillas pasadas). No nosso caso, será como doce, pois vamos comer como sobremesa.
No lado direito, temos o que vai virar poroto granados, um ensopado a base de feijão (que é chamado de porotos granados, mas descobri que o nome alternativo dele é língua de fogo, por conta da vagem que tem marcações avermelhadas que parecem línguas de fogo. Foi levado para Europa, e portugueses e italianos adoraram e incorporaram à culinária), com abóbora e milho.
Tivemos que fazer algumas adaptações por conta da abóbora e do milho. O milho chileno, o choclo pastelero, é bem diferente do nosso milho em termos de tamanho, textura e sabor. A abóbora usada por lá não é possível de encontrar por aqui, mas dá para substituir pela kabocha/cabotiã.
Enfim, é isso. Vou ver se consigo tirar foto da mesa com a comida pronta amanhã.
Parece bom! Confesso que não sou muito familiar com culinária chilena, talvez eu devesse corrigir isso.
Corrija! Tem pratos sensacionais na culinária, e alguns pratos bastante similares à alguns encontrados no Brasil, mas que acabam tendo sabor diferente devido aos ingredientes e temperos usados.
Um exemplo é o pastel de choclo, um escondidinho em que o recheio é de carne moída (tradicionalmente, é picada na ponta da faca, mas muitos acabam fazendo com moída para ser mais prático), com pedaços de frango, uva passa, ovo cozido, e por cima um creme cozido de milho (é basicamente milho cru ralado ou processado que é então cozido) e isso então é assado, com um poquinho de açúcar polvilhado em cima (sim, açúcar). O milho chileno é bem menos doce e bem menos aguado que o nosso. E há variações desse prato, que usam outras proteínas no recheio, mas o mais tradicional é esse que comentei.
Outro exemplo é humita, que eu chamo de prima da pamonha. O principio de preparo é o mesmo que a nossa pamonha, mas como o milho é diferente, acaba dando outro sabor.
Além disso, dependendo de onde você está no Chile (ou qual culinária regional você está focando), você encontra influências dos povos indígenas (Mapuches, Quechuas, Aimarás, Rapanui, e entre outros), assim como vai perceber influência da culinária alemã, devido à imigração alemã forte que rolou em algumas cidades.
Um youtuber chileno que acompanho e que acabo usando como referência é o Alvaro Barrientos Montero. Ele mostra bastante coisa da comida do dia a dia assim como comidas mais complexas de fazer da culinária chilena. Claro, ele também mostra algumas coisas mais internacionais, mas é uma boa referência para quem não conhece a culinária chilena conhecer um pouco mais.
Legal, vou dar uma olhada nesse canal pra conhecer mais.
Compartilha umas músicas chilenas tops com agt! Curto bastante música instrumental, anos 70 e tal. Conhece uns músicos responsa dessa época?
Aliás, o rango parece ótimo!!